A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira, 21 de julho uma mega operação contra o tráfico de drogas (organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos) nas cidades de Jequié/BA, Vitória da Conquista/BA, Feira de Santana/BA, Itaberaba/BA, Itabuna/BA, Itagi/BA, Boa Nova/BA, Salvador/BA, Jaguaquara/BA, Santo Antônio de Jesus/BA, Cuiabá/MT, Nova Mutum/MT, Nobres/MT, Várzea Grande/MT.
A investigação realiza análise financeira e fiscal de 20 (vinte) pessoas físicas e 14 (quatorzes) pessoas jurídicas, as quais praticaram e vem praticando o crime de lavagem de dinheiro, provenientes do tráfico de drogas e o cumprimento de 41 (quarenta e um) mandados de busca e apreensão; seqüestro de 35 (trinta e cinco veículos); seqüestro de 01 (um) apartamento avaliado em R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) e seqüestro de valores em 541 (quinhentos e quarenta e uma) Contas Bancárias, de diversas titularidades e instituições financeiras.
A investigação teve inicio no final do ano de 2021, através de uma diligência realizada pela equipe do Setor de Investigação da Coordenadoria de Jequié, que tinha a intenção, à época, de monitorar uma entrega de grande quantidade de droga no Bairro Joaquim Romão, Rua da Linha, na Cidade de Jequié.
No local, foi identificada uma pessoa que passou a ser monitorado, por vários dias, e ficou constatado que se tratava ser o responsável pelos depósitos provenientes da venda de drogas em vários bairros de Jequié, sob o comando de uma facção criminosa, que possui ramificação a nível nacional com outra oriunda do Estado do Rio de Janeiro.
No decorrer da operação, ficou constatada a existência de 03 (três) níveis de escalonamento, em relação a classificação dos investigados, que atuam, diretamente ou indiretamente, a favor da ORCRIM, abaixo descrito:
1º No primeiro escalão está os denominados líderes do tráfico, que atuam fora do Estado, administrando a facção criminosa, recebendo o lucro proveniente do tráfico, com apoio, principalmente, de pessoas presas nos Presídios e dos chamados “soldados do tráfico”, os quais são utilizados para cometer homicídios e manter território sob o comando da ORCRIM.
2º No segundo escalão estão as pessoas que fazem a gestão financeira da ORCRIM se desenvolver, colaborando para mascarar o dinheiro, e tirando proveito do crime. Aqui estão advogados e empresários.
3º No terceiro escalão estão as pessoas que cedem as contas bancárias para que seja realizada a lavagem de dinheiro. Predominantemente pessoas humildes, que sequer declaram I.R. (Imposto de Renda) e que por vezes são beneficiários de algum programa social.
Nessa primeira fase da operação o objetivo era realizar o seqüestro de R$ 116.000.000,00 (cento e dezesseis milhões de reais) em diversas contas bancárias.
Infelizmente a operação vazou, após 16 (dezesseis) meses de trabalho realizado pela Coordenadoria Regional de Jequié, onde 07 (sete) pedidos de medidas cautelares foram solicitados, entre afastamento de sigilo fiscal, bancários, interceptação telefônico e pedido de reconsideração de decisão judicial.
Foram solicitados mandados de prisão, os quais foram indeferidos pelo Poder Judiciário, mesmo com o parecer favorável do membro do Ministério Público, o que dificulta por demais o trabalho de investigação, principalmente nesse tipo de crime.
? Até o presente momento, a operação resultou em:
?? 41 (quarenta e um) mandados de busca e apreensão cumpridos nas cidades supracitadas;
??541 (quinhentos e quarenta e uma contas bancárias bloqueadas, de diversas titularidades e instituições bancárias;
?? R$ 221.754,05 (duzentos e vinte e um mil, setecentos e cinquenta e quatro reais e cinco centavos) sequestrados das 541 contas bancárias bloqueadas.
??01 (um) imóvel no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) sequestrado em Cuiabá/MT;
??03 (três) veículos sequestrados, sendo um VW Nirvus e duas motocicletas;
??Foi apreendido 16 (dezesseis) munições calibre .38
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