Uma comitiva de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) está em Jequié, Bahia, para realizar uma pesquisa sobre a saúde das populações atingidas por barragens e pela crise climática. O projeto, desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde, visa criar uma rede de vigilância popular em saúde.
A pesquisa busca compreender a situação de saúde das populações atingidas, considerando fatores sociais, econômicos, culturais e ambientais que influenciam a saúde e o bem-estar. A equipe visita famílias em bairros como Mandacaru, Quilômetro 3, Joaquim Romão e Curral Novo, para conversar sobre sua saúde e condições de vida.
A iniciativa é considerada necessária para Jequié, pois coloca a saúde e o direito das populações atingidas no centro do debate. A pesquisa pode ajudar a construir ferramentas para exigir reparação para as famílias atingidas e a criar políticas públicas para a organização popular.
Após a pesquisa, que ocorrerá até 29 de agosto, a equipe irá analisar os dados coletados e iniciar a fase formativa em 2026, com oficinas que capacitarão os atingidos como agentes de vigilância popular em saúde. O objetivo é promover ações de vigilância popular em saúde e preparar as populações para identificar e agir sobre os riscos à saúde em sua comunidade.
O projeto já passou em Canoas (RS) e Cametá (PA) e ainda vai a São Sebastião (SP) e Fortaleza (CE).
Durante os cinco dias de pesquisa no território, a programação prevê visita às famílias em suas residências, na intenção de conhecer a realidade em que vivem e conversar sobre sua saúde, especialmente nos bairros Mandacaru, Quilômetro 3, Joaquim Romão e Curral Novo.
Na tarde de quinta-feira, na Associação de Moradores do Mandacaru, os pesquisadores reúnem os atingidos em grupo e propõem a aplicação do método corpo-território, que visa compreender como as alterações no ambiente em que vivem refletem diretamente em seus corpos.
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