A leitora do BMC, Patrícia Nunes Santiago, residente na Rua Francisco Mendes, bairro Jequiezinho enviou a nossa redação questionamento sobre o funcionamento do transporte público em Jequié.
Segundo Patrícia, ela trabalha no bairro Cidade Nova e enfrenta dificuldades para locomoção.
“Só temos dois ônibus, um que vai e outro que volta”, afirma a usuária.
O prefeito tem falado algo, pra resolver esse descaso e falta de comprometimento com a população de Jequié?
E um absurdo, meia dúzia de ônibus para uma população de 150 mil pessoas. Temos hoje, uma quantidade estúpida de impostos sendo cobrados e não é repassado ao cidadão. O ônibus não retorna pelo mesmo trajeto, depois de 15h. Na Cidade Nova, passa pela via principal e não pelo ponto que deve passar
Eu tenho que andar para o trabalho todos os dias 17 h, gostaria de usar todos os dias o ônibus, mas não existe esse serviço, 100 %.
Então para não me atrasar e nem sair da Cidade Nova meia noite, pego qualquer transporte que me leve para casa, afirma à munícipe.
Resposta da COOBMA
E importante ressaltar que a prefeitura não repassa nenhum valor financeiro à cooperativa, concedendo apenas o direito de assumir determinadas linhas de ônibus.
Além disso, a cooperativa adquiriu todos os ônibus que podia, esvaziando seu caixa de emergência para operar as linhas com recursos próprios, sem nenhum investimento público, visto que vans são desconfortáveis, não atendem gratuidade e o ônibus é a maneira mais correta e legal de se operar em um transporte público, mesmo em transporte emergencial.
Apesar de enfrentar dificuldades financeiras, com custos semanais elevados de combustível, a cooperativa mantém a gratuidade para idosos, pessoas com necessidades especiais e a meia entrada para estudantes. Esse compromisso social é digno de elogios, já que demonstra uma preocupação em atender as demandas da população mais carente.
Por fim, é importante destacar que a situação do transporte público em Jequié não é exclusiva da cooperativa Borda da Mata.
Como apontado nos exemplos citados sobre a crise do transporte público na Bahia, a saída da empresa Tiradentes, a saída da empresa Rio de Contas além de muitas outras cidades que também enfrentam problemas nesse setor, muitas vezes decorrentes da falta de investimentos públicos e do desinteresse das empresas em assumir a operação.
Uma concessão de transporte público dura normalmente de 15 a 25 anos, e em menos de 23 anos duas empresas com concessão de 25 anos passaram pela cidade.
Inclusive já houve a mesma situação em 2021, com a Rio de Contas sobre o transporte ilegal e a incapacidade da mesma operar todas as linhas, então é um problema crônico, não da COOBMA.
Nesse sentido, a cooperativa Borda da Mata merece ser reconhecida pelo esforço em manter a operação do transporte público em Jequié, mesmo em meio a tantas dificuldades, e por priorizar o atendimento às necessidades da população mais vulnerável.
É necessário que o poder público municipal se comprometa em atuar em conjunto com a cooperativa e outras empresas, a fim de buscar soluções para a melhoria do transporte público na cidade.
Comentários