O Plenário Orlando Spínola sediou, na tarde desta quinta-feira (4), a sessão especial que outorgou ao bispo da Diocese de Jequié, Dom Paulo Romeu Dantas Bastos, a Comenda 2 de Julho. A honraria foi proposta na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) pelo deputado Hassan (PP) em função dos relevantes serviços prestados pelo homenageado à sociedade baiana.
A solenidade reuniu membros da Igreja Católica, amigos e familiares do homenageado, além de prefeitos e lideranças admiradoras do trabalho do líder religioso. O deputado Hassan destacou a alegria e a emoção de prestar homenagem ao bispo que tem dedicado sua vida ao próximo por onde passa. “Foi observando a trajetória dessa pessoa especial que eu e meu amigo e irmão Zé Cocá, prefeito de Jequié, refletimos sobre sua atuação na cidade, e o importante papel que ele tem desempenhado em defesa da paz, da igualdade, da convivência entre os diferentes, da harmonia e amor ao próximo. Estas qualidades e ações o tornam merecedor da maior honraria dessa Casa”, argumentou o parlamentar.
Hassan também contou que o bispo filho do município de Nova Soure é formado em técnicas agropecuárias e chegou a trabalhar na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Barreiras, e poderia ter se tornado uma referência neste setor da economia baiana. “Mas não foi esse o caminho escolhido por ele. Movido pela fé e pelo desejo de cultivar vidas, escolheu o caminho do sacerdócio e foi lá mesmo, em Barreiras, que ingressou no seminário, fazendo depois o curso de Filosofia, no Seminário Central da Bahia, e Teologia no Seminário de Viamão, no Rio Grande do Sul”, explicou o legislador.
Enquanto padre, Paulo Romeu Dantas Bastos atuou nos municípios de Formosa do Rio Preto, Barreiras e Riachão das Neves. Após ser nomeado bispo, trabalhou durante 19 anos em Alagoinhas até ser transferido para Jequié em 2021. Com quase 40 anos de vida sacerdotal, frisou o deputado, o religioso “tem exercido um trabalho único e diferenciado na promoção da vida e do bem-estar social. Tenho a alegria de testemunhar que estamos falando de um homem de fé, com ações reconhecidas em prol da vida e atuação imbuída de dedicação, apoio e acalento ao próximo, essenciais para a nossa sociedade, que tanto clama por igualdade social, empatia e acolhimento”, afirmou.
O vigário-geral da Diocese de Jequié, padre Roberto Oliveira, reiterou os argumentos utilizados por Hassan para justificar a importância da honraria para o bispo. “Esta homenagem é um reconhecimento por todo o trabalho desenvolvido por dom Paulo, especialmente nos 23 municípios abrangidos pela nossa diocese”, disse. Ele também ressaltou o apoio do homenageado a ações da diocese, a exemplo da Pastoral da Criança, Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral da Saúde, Pastoral Carcerária e os projetos Criança Semente de Paz e Fazenda da Esperança.
Em seu discurso na tribuna da ALBA, o bispo dom Paulo Romeu Dantas Bastos manifestou sua gratidão ao deputado Hassan e ao Legislativo baiano pela concessão da Comenda 2 de Julho, a mais alta honraria do Parlamento estadual. Dom Paulo externou, em sua fala, preocupação com a violência no estado, em especial no município de Jequié. “É um assunto preocupante que diz respeito ao valor da pessoa na sociedade e para a sociedade. Jequié, a Cidade Sol, foi notícia nacional no ano passado em relação à violência, sendo a cidade mais violenta do país. Essa realidade produz insegurança para todos, crianças, jovens, adultos, pais e mães de família. Desejo provocar uma reflexão sobre a segurança do ponto de vista psicológico e social”, contextualizou.
Ele enfatizou ainda que a segurança das pessoas, de qualquer pessoa, deve ser de fundamental importância para a sociedade e para as autoridades escolhidas pelo povo. “Precisamos todos, não somente as autoridades legitimadas pelo voto popular, trabalhar mais e melhor para melhorar a imagem do nosso estado e dos nossos municípios. A segurança é algo que queremos e buscamos em nossas relações sociais. Neste momento, nos sentimos inseguros diante da escalada da violência dos últimos anos. A insegurança nos traz ansiedade, angústia e medo”, alertou o bispo.
Dom Paulo mencionou Santo Agostinho, que dizia ser a igreja um lugar em que a paz estava assegurada. No nosso tempo, frisou o homenageado, “parece que isso já não se aplica”. Por fim, ele fez questionamentos sobre o contexto apresentado: “Onde podemos procurar apoio? Com quem se pode verdadeiramente contar? Esse é o verdadeiro problema”.
Além dos oradores mencionados, a mesa de honra da sessão especial teve a presença do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal dom Sérgio da Rocha; o assessor da Secretaria Estadual de Relações Institucionais (Serin), Yulo Oiticica, que representou o Governo da Bahia; o arquiabade da Ordem de São Bento, dom Emanuel d’Able do Amaral; o bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, dom Dorival Barreto; a prefeita de Cravolândia, Ivete Soares; a prefeita de Jaguaquara, Edione Agostinone; o prefeito de Mirante, Wagner Ramos; o deputado estadual Patrick Lopes (Avante); e o deputado federal Leur Lomanto Júnior (UB).
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