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Jornalista Jequieense da Globo e colega da CNN são discriminados e expõem a covardia e a crueldade do racismo

Jornalista Jequieense  da Globo e colega da CNN são discriminados e expõem a covardia e a crueldade do racismo

Esta coluna se solidariza com dois importantes jornalistas da atualidade: Clara Velasco e Jairo Nascimento. Neste sábado (20), eles expuseram a covardia e a crueldade dos racistas ao serem vítimas de discriminação. A profissional da Globo e do portal G1 foi intimidada em sua rede social, enquanto o âncora da CNN Brasil sofreu preconceito de uma criança.

O sucesso dos negros ocupando posições de destaque anteriormente exclusivos para brancos incomoda quem quer conservar o poder nas mãos claras de poucos. A coluna já analisou o comportamento perverso dos racistas quando o repórter Luiz Teixeira e o apresentador Pedro Lins foram alvos do racismo de gente com pele alva, em agosto de 2021.

Como os dois jornalistas citados acima, Clara Velasco e Jairo Nascimento decidiram não se calar. A jornalista responsável por desmentir notícias falsas recebeu a seguinte mensagem privada em seu Instagram: 'Volte pra sua aldeia lá BA Africa'. Natural de Jequié, na Bahia, ela não se amedrontou e exibiu a covardia do racista que comete crimes na surdina (afinal, cadê a coragem para ser preconceituoso em público?).

'Não costumo expor essas coisas, mas mudei de ideia há um tempo, pois tem muita gente que acha que racismo não existe. Impressionante como o sucesso de pessoas negras incomoda, né', escreveu no story, emendando com outra publicação: 'Sigo plena onde eu bem quiser, seja no JN, na Bahia ou na África (que algum dia ainda vou conhecer)'.

O racismo é sorrateiro e perverso. Além de ser um crime confundido com 'opinião', persiste durante cinco décadas no Brasil, segregando quem herdou o sangue africano escravizado dos que ostentam a árvore genealógica de seus algozes, os escravocratas europeus. Jairo Nascimento, que também contrariou a estatística e ocupa o posto de âncora de telejornal (ainda raríssimo para negros na nossa TV), foi apresentado à perpetuação do racismo na prática e relatou o episódio no Instagram.

'Ontem, enquanto comprava um bem, um menino de uns 8 anos perguntou se eu estava roubando. O repreendi na hora. Pensando sobre, vou estender uma resposta sobre isso com essa foto. É uma casa que emula como era a vida no centenário Quilombo do Cafundó, em São Paulo. Ontem, também, foi a primeira vez em que eu fui a um quilombo. Que experiência! Sensação de estar em casa, em família, mas, principalmente, de entender como a resistência e organização dos negros e seus descendentes é insuportável para quem, por covardia e ignorância, não tem a capacidade de combater o racismo e ensinar a um criança o que é respeito. Enquanto houver quem agrida ou questione, haverá sempre um quilombo físico ou metafórico para combater, organizar e ser a nossa casa. Os remédios contra o racismo são muitos. Eu gosto do afeto, mas estou encantado com o uso da estratégia. Um bom sábado, aquilombe-se também!', publicou. Fonte: Redação - Observatório da TV – UAI


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