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Juízes vão ganhar aumento de 20% em cidades baianas onde colegas não querem trabalhar

Juízes vão ganhar aumento de 20% em cidades baianas onde colegas não querem trabalhar

Em ao menos oito cidades baianas, quase nenhum juiz federal quer trabalhar. Por isso, aqueles que se mudarem para os municípios do interior ganharão benefícios: aumento de 20% do salário e prioridade quando vagas de transferência surgirem. Os incentivos foram aprovados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Conselho da Justiça Federal (CJF), que determinam os requisitos que as cidades devem cumprir para receber os magistrados com salários turbinados em, pelo menos, R$ 8 mil. 

As resoluções dos conselhos estabelecem como critérios a dificuldade de acesso aos municípios, baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o fato de a cidade estar sem juiz titular há três anos. Os juízes federais que assumirem as comarcas baianas com essas características terão direito aos benefícios. A medida também vale para servidores com outros cargos. 

Cabe às segundas instâncias decidir quais cidades serão contempladas. Na última quinta-feira (3), o Tribunal Federal da 1ª Região (TRF1) listou os municípios baianos onde os juízes federais receberão os aumentos. São elas: Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Campo Formoso, Eunápolis, Guanambi, Irecê, Jequié e Teixeira de Freitas - que passam a ser reconhecidas como localidades de difícil provimento. 

Na prática, os juízes federais serão mais bem remunerados se concordarem em se mudar e atuar nas cidades onde os colegas não querem trabalhar por motivos que vão desde a distância da capital até o acúmulo de funções. "Em teoria, cada comarca deveria ter um juiz titular. Quando isso não acontece, o magistrado de outra cidade acumula as funções e também despacha os processos do município vizinho", explica o juiz Tardelli Boaventura, que integra a diretoria da Associação dos Magistrados da Bahia (Amab).  Fonte: Correio da Bahia

Tardelli já viveu essa situação na pele. Ele é juiz titular da comarca de Senhor do Bonfim e assumiu os processos da cidade de Itiúba, localizada a 60 quilômetros de distância, quando o cargo ficou vago depois que a juíza titular foi promovida. "Eu tirava um dia da semana para ir até a cidade, fazer as audiências e despachos. Neste dia, era fila de advogados e de pessoas para atender", conta. Nos outros quatro dias da semana, os 33,8 mil habitantes do municípios ficavam desassistidos. 

Para evitar situações como essa, foi elaborada a Política Pública de Estímulo à Lotação e à Permanência de Magistradas(os), que vai garantir os pagamentos extras e outros benefícios aos servidores. "A política busca garantir maior eficiência na prestação jurisdicional em áreas remotas e vulneráveis, oferecendo incentivos à interiorização da Justiça Federal", diz o TRF1, em nota. A reportagem entrou em contato com o tribunal, que não se manifestou sobre a escolha das oito cidades baianas. 


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