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Em carta de adeus, PP cita entrevista na Metropole e diz que PT provocou "decepção"

Em carta de adeus, PP cita entrevista na Metropole e diz que PT provocou

Após o rompimento com o governo de Rui Costa (PT) e a entrega dos cargos, o PP enviou uma nota que detalha os motivos da quebra da aliança, que durava 14 anos. No texto, enviado pela assessoria de imprensa da legenda, é citada a entrevista que Jaques Wagner (PT) deu a Mário Kertész, na Rádio Metropole,  no dia 7 de março como o estopim da crise.
Na ocasião, o senador petista revelou que Rui Costa continuaria no governo até o fim do mandato. A expectativa do PP era que Rui renunciasse ao cargo para disputar o Senado, entregando os últimos oito meses de governo ao vice e presidente da legenda, João Leão. Em sua defesa, o PT diz que nunca formalizou esse acordo.
Na carta, o PP chama a situação de "indelicada" e "inaceitável". "Na segunda-feira, 07 de março, porém, em entrevista a um programa de rádio de Salvador, o senador Wagner anunciou a nova composição da chapa. Nela, o vice-governador João Leão não teria nenhuma participação. Leão também não mais assumiria o governo. Além de considerar inaceitável a quebra do acordo, a indelicada comunicação da decisão pela imprensa causou uma imensa decepção e a constatação de que o PP não era mais desejado e não tinha espaço na aliança que nos trouxe até aqui".
A expectativa agora é que Leão incline o PP para a chapa de ACM Neto (UNIÃO). Nos bastidores, comenta-se que ele pode até mesmo receber a indicação para concorrer ao Senado. 

Leia carta na íntegra:

O Progressistas Bahia decidiu buscar novos caminhos. Mas, antes de falar do futuro, precisamos rememorar a contribuição do Partido nos êxitos das últimas quatro gestões estaduais e explicar o caminho que nos trouxe até esta importante decisão.

Nesses 14 anos de aliança com o PT da Bahia, o PP contribuiu ativamente nas três vitórias eleitorais de 2010, 2014 e 2018. Participou das administrações petistas com companheirismo e protagonismo nos avanços conquistados. Neste período, o vice-governador João Leão, presidente estadual do Progressistas e uma das principais lideranças políticas da Bahia, esteve à frente das secretarias de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico, Planejamento e, em todas elas, realizou gestões responsáveis e inovadoras, assim como todos os quadros do PP que participaram do governo.

Vale ressaltar que neste período de aliança, jamais faltou lealdade, dedicação, apoio parlamentar e espírito público. Depois de muitas reuniões sob a coordenação do senador Jaques Wagner, foi atribuída ao partido a responsabilidade de assumir o governo durante os nove meses finais do atual mandato. 

O governador Rui Costa se afastaria do cargo para concorrer ao senado federal e o senador Otto Alencar ao Governo do Estado. Mesmo não concorrendo a um mandato popular, Leão aceitou o convite com a convicção de poder trabalhar muito mais pelo povo baiano. 

Logo após aceitar o honroso convite, Leão participou de um encontro em São Paulo com o ex-presidente Lula, acompanhado do governador Rui Costa que, na oportunidade, deu conhecimento do acordo a Lula.

Na segunda-feira, 07 de março, porém, em entrevista a um programa de rádio de Salvador, o senador Wagner anunciou a nova composição da chapa. Nela, o vice-governador João Leão não teria nenhuma participação. Leão também não mais assumiria o governo. 

Além de considerar inaceitável a quebra do acordo, a indelicada comunicação da decisão pela imprensa causou uma imensa decepção e a constatação de que o PP não era mais desejado e não tinha espaço na aliança que nos trouxe até aqui.

Somos homens e mulheres dedicados ao trabalho pelo desenvolvimento do nosso Estado e as propostas programáticas do partido sequer foram consideradas.

O partido se uniu em torno de Leão. De todos os rincões do estado chegaram palavras de solidariedade e apoio. A Executiva Estadual do PP, após amplo debate e consultas às lideranças progressistas, decidiu, por unanimidade, se afastar da aliança atual e buscar outros caminhos onde possa continuar trabalhando pelo povo baiano. 

O PP é um dos maiores partidos da Bahia e do Brasil e a nossa história não foi reconhecida na decisão dos líderes petistas.

O partido agradece a civilizada convivência desses 14 anos com todas as lideranças partidárias e enaltece as relações construídas com os demais partidos da base.

Chegou a hora de partir, de mudar para avançar.  

Comissão Executiva do Partido Progressista - Bahia 


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